Por Que As Pessoas Desistem de Emagrecer?

Você sabia que pela primeira vez na história do planeta, temos mais pessoas adoecendo e sofrendo por excesso de gordura corporal do que por carência de nutrientes? E entre aqueles que têm livre acesso aos alimentos, cerca de 70% já tentou emagrecer alguma vez na vida.

Mas, controlar o peso está longe de ser apenas uma questão estética. A obesidade é um problema de saúde pública que atinge todas as camadas da população, faixas etárias e países, reduzindo a qualidade e a quantidade de vida.

Esse quadro é uma das justificativas para que exista tantas dietas para emagrecer. Essas dietas variam muito no que se refere à qualidade, equilíbrio, segurança e disponibilidade de nutrientes. Mas todas elas têm algumas características em comum:

  • As dietas que realmente funcionam promovem um balanço energético negativo, ou seja, ingerimos menos energia do que gastamos.
  • Somente quando aderimos a um plano alimentar e conseguimos executar dietas por um longo período, efetivamente elas dão resultado.

Em outras palavras, as que realmente atingem o seu objetivo e produzem um emagrecimento sustentado, são aquelas que fornecem calorias em quantidades controladas e principalmente, aquelas que permitem que a pessoa passe um longo período sem desistir da dieta.

3 principais motivos que fazem as pessoas desistirem das dietas

Todos sabemos que o cérebro é a parte do nosso corpo que toma as decisões, especialmente no que se refere a desistir ou continuar com algum plano. Por isso, a neurociência é uma ferramenta especialmente preciosa para entender quais são os motivos que fazem com que uma pessoa que já está experimentando os benefícios físicos, emocionais e sociais de emagrecer com mais saúde, resolva subitamente desistir da dieta.

Na minha experiência de mais de três décadas trabalhando com dietas e emagrecimento, dentre as desculpas que as pessoas dão para começar um plano alimentar e desistir antes de atingir o real objetivo, 3 são as mais comuns:

  1. “Eu não sabia”

É muito comum pessoas que hoje estão com complicações medicas importantes, como diabetes, doenças cardiovasculares, pedras na vesícula, apneia do sono, fígado gorduroso, depressão e outas doenças, alegarem que se em algum momento da vida soubessem que esse sofrimento físico e emocional poderia ter sido evitado com a adoção de um estilo de vida saudável, ativo e com uma alimentação equilibrada, eles jamais teriam desistido da dieta quando ainda gozavam de boa saúde.

Dica: leia, converse com pessoas, pesquise e entenda sobre tudo o que ganhamos quando investimos na saúde e tudo o que temos a perder quando falha nosso controle sobre a qualidade e a quantidade daquilo que comemos.

  1. “Eu não tenho tempo”

Essa é, de longe, a desculpa mais frequente que escuto. As pessoas reclamam que a vida é tão corrida, que o trabalho e a família exigem tanto tempo, que simplesmente não tem como fazer uma alimentação saudável, tomar um café da manhã equilibrado e com boas fontes de proteína, muito menos praticar alguma forma de atividade física.

Tempo é uma questão de prioridade. Pegue por exemplo, a pessoa mais ocupada do mundo. Se ela agora sentir uma forte dor de dente, será que ela vai encontrar tempo para ir ao dentista? Nesses casos eu uso o seguinte argumento: quem não tem tempo para cuidar da saúde vai necessariamente conseguir tempo para cuidar da doença. É uma questão de escolha.

Dica: encontre opções de alimentos saudáveis, saborosos e práticos, como um shake proteico ou uma sopa para substituir uma refeição, que podem ser preparados e saboreados sem tomar muito tempo.

  1. “Eu não estou motivado”

Na minha opinião, a falta de motivação é o que realmente faz com que uma pessoa que está indo bem, que já experimentou um resultado positivo na balança, no seu nível de energia e na saúde como um todo, resolva desistir da dieta.

Este é um dos principais motivos pelo qual as pessoas desistem de emagrecer. Simplesmente elas vão perdendo a motivação, o cérebro vai registrando a privação de calorias como algo aborrecido e logo começam a aparecer os pretextos para comer alguma guloseima, para dormir até mais tarde e não treinar, para pular o desjejum e assim por diante.

Dica: a motivação pode vir de dentro, o que chamamos automotivação. Um gatilho que funciona é ter bem presente e fortalecido o nosso motivo, o proposito, ou seja, aquilo que nos fez começar, o resultado onde se quer chegar.

A motivação também pode vir de fora para dentro. Ter um mentor, um modelo, um coach que já obteve o resultado que buscamos. As pessoas prestam mais atenção naquilo que fazemos do que naquilo que falamos. Devemos buscar inspiração em alguém motivado e antes de pensarmos em desistir da dieta, recordar que muitas vezes também servimos de inspiração e de modelo para alguém.

Força de vontade nem sempre é o suficiente para emagrecer

Infelizmente, ainda existem pessoas que acreditam que simplesmente fechar a boca já é o suficiente para emagrecer. A neurociência explica que sempre que o corpo humano está sob a ação de uma dieta muito restritiva, a mente vai entender isso como uma situação de risco, de agressão. Em consequência, vai se defender usando vários mecanismos metabólicos e fisiológicos, entre os mais comuns:

  • Compulsão alimentar

É clássico o exemplo da pessoa que começa uma dieta com baixíssimas calorias numa segunda-feira, passa sob grande privação e sofrimento a semana toda e, quando chega o fim de semana, tem um verdadeiro ataque de comilança, desiste da dieta e na próxima semana está pior do que quando começou.

  • Efeito platô

É iniciada uma dieta muito restritiva, perde-se algum peso nos primeiros dias, mas logo o organismo se defende dessa agressão, reduzindo o metabolismo basal e os ponteiros da balança estacionam. Por mais que a pessoa continue no seu programa alimentar, ela não consegue mais emagrecer e desiste da dieta.

Quando temos todas essas informações bem sedimentadas no nosso cérebro, fica muito mais fácil buscar as soluções para evitar que todas essas armadilhas sabotem nosso resultado de peso e de saúde.

O que é preciso para não desistir?

Quanto mais equilibrado, prático, conveniente e adaptável for o programa alimentar, mais fácil será seguir a dieta por mais tempo.

As dietas têm que produzir um déficit calórico, por isso, elas são somente um dos pontos da equação. Para ter resultado a curto, médio e longo prazo, o programa alimentar deve incluir frutas, verduras, suplementos nutricionais de alta qualidade, oferecer soluções para a boa hidratação, promover atividades físicas compatíveis com as características de cada pessoa, além de controle do estresse e qualidade de sono.

Finalmente, mas não menos importante, a motivação é a chave para o sucesso das dietas. Os resultados logo no início geram confiança, o acompanhamento e bom exemplo de um coach faz com que continuemos e superemos os desafios que certamente surgirão.

Com o tempo, atingimos a maestria de um novo estilo de vida, e além de usufruir os benefícios de estar de bem com a vida e na nossa melhor forma, passaremos a ser um exemplo de sucesso e fonte de inspiração para cada vez mais pessoas. Vai por mim, vale muito a pena.

Dr. Nataniel Viuniski – Médico Nutrólogo e Membro do Conselho para Assuntos Nutricionais Herbalife Nutrition.

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